CRIL - 20 anos de conflito e espera
Foram necessários quase vinte anos para que uma das principais artérias da cidade de Lisboa possa abrir ao público por completo. A CRIL está finalmente concluída, e facilitará a partir de agora a vida a muitas famílias. Esta obra permitirá retirar tráfego de artérias com muito movimento como são exemplo: a 2º circular ou o EIXO N/S. Beneficiam desta obra todos os concelhos que circulam Lisboa (como são exemplo: Oeiras, Amadora, Odivelas..).
Foi de facto um projecto muito complicado de concretizar no terreno uma vez que faz um anel, que atravessa grandes agregados habitacionais, e embora esta última fase, que liga a Buraca à Pontinha, a obra tenha uma extensão reduzida (cerca de 3,8KM), apresentou desde inicio grandes dificuldades, começando pela demora na expropriação dos terrenos (uma vez que esta estrada atravessa uma zona urbana foi necessário demolir muita habitação), a empreitada teve também de atravessar a linha de comboio e de metropolitano, o aqueduto das águas livres, e ainda o próprio projecto que era bastante ambicioso, sendo que grande parte deste último troço é feito em túnel com quatro faixas para cada lado, uma vez que atravessa uma região super povoada.
Acho importante que este troço tenha ficado preparado com quatro faixas de rodagem para cada sentido, porque já que se fez obra, que custou muito a todos os níveis (social e económico), então que fique resolvida a questão para os próximos anos, para no futuro, se o tráfego aumentar, não ter de se andar a fazer alargamentos, prejudicando mais vezes as populações.
Acompanhei de perto as obras neste troço, já lá vão quatro anos, desde o seu inicio, e constatei de perto a grande contestação por parte dos bairros da área envolvente (as povoações da Damaia, Buraca, Bairro Santa Cruz – Benfica) que defendem que havia outras soluções para resolver este problema, alegam até existir corrupção na escolha do projecto, e não estão minimamente contentes com a solução apresentada, até porque o projecto inicial fazia querer que o túnel iria complemente enterrado, ficando a superfície completamente aplanada, mas na realidade não se constata isso, há uma espécie de muro que divide as povoações da Buraca/Damaia com as de Benfica.
Mais uma vez houve atrasos nas conclusões das obras, houve derrapagens no preço total (fala-se na ordem dos 5%), a obra final não corresponde totalmente ao projecto… mas enfim , já estamos tão habituados a esta realidade… não há obra em Portugal que não tenha atrasos na sua execução e que não derrape. É uma realidade muito triste.
E passado vinte anos a vida fica mais facilitada para muitas famílias, que semanalmente perdem horas infindáveis no transito caótico da cidade de Lisboa, e também das empresas que podem mais facilmente deslocarem-se, e esta é sempre uma boa noticia, mas não podemos esquecer todos os custos e descontentamentos que estão por de trás desta obra.
Sam
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