sábado, 26 de março de 2011

Especial Opinião - O Estado a que isto chegou




O Estado a que isto chegou

Desde a presentação das medidas do novo PEC, o PEC IV, que um certo receio se instaurou por entre o país e os mercados financeiros, sendo estes últimos, aqueles que mais “stress” provocam ao país e aos nossos governantes. Este receio era sem mais nem menos a demissão do nosso PM.

Com a discussão e por conseguinte votação das medidas deste quarto PEC, este receio que a população tinha de que o nosso governo se demitisse tornou-se, digamos, uma verdade inconveniente e pelas 21h50 do dia 23 o PM falou ao país trazendo a notícia, que pelo resultado da votação do PEC na assembleia não trouxe uma grande novidade, ele demitia-se!

Provavelmente esta noticia aparentemente não trouxe surpresa alguma mas aquilo que ela originou sim. Recuemos agora até ao dia do Debate na AR, nesse dia ouve a votação de projectos de resolução por todos os partidos excepto pelo Partido Socialista, todos eles tinham um primeiro ponto onde reprovavam o PEC e outros pontos onde tentavam impor medidas mas o Partido Social Democrata apenas apresentou a proposta 1 onde afirmava claramente, resumindo, chumbo total do PEC IV sem apresentação de medidas para uma resolução, ou uma tentativa, provavelmente em vão, de fazer aprovar o PEC e aproveitar a aprovação por parte de Bruxelas das medidas apresentadas, mas para o PSD isso não importava e decidiu “provocar” o PM forçando-o a cumprir as ameaças que tinha feito. Passadas menos de 24h o PSD apresenta medidas para fazer face à crise e com uma medida que surpreendeu, o aumento do IVA. Como será possível que um partido num dia não tem há medidas e que no outro tenha bastantes soluções? Todos sabem a resposta a isto, pois isto é o puro marketing político que acontece a Portugal. A todos em Portugal apenas interessa ter o poder, todos estão obcecados pelo poder e como alguns líderes políticos defendem nenhum partido coloca em primeiro os interesses do país mas sim os interesses partidários. Este deve ser um fim-de-semana de reflexão e onde todos devem pensar no futuro do país pois na próxima semana o nosso Presidente, Cavaco Silva, irá em mais um dos seus discursos dizer aos portugueses a decisão que tomou. Irá ele aceitar a demissão? Esperará um acordo político? Dissolverá o Parlamento? São as dúvidas que se colocam para a próxima semana ou nas duas próximas semanas, pois na próxima semana Cavaco recebe o príncipe Carlos e Camila, LULA da Silva e Dilma Russef.

Uma semana agitada em tempos agitados que atravessam o país da língua de Camões.
João Guilherme

1 comentário:

  1. Aprendi que um PM deve reagir a provocações vindas da oposição ...

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