sexta-feira, 24 de junho de 2011

Draghi é presidente do BCE até 2019

Mário Draghi será presidente do Banco Central Europeu de Novembro próximo até Outubro de 2019.

Os líderes, segundo o presidente do Conselho, Herman Van Rompuy vão selar o acordo hoje, mas nenhuma capital disputa que a nomeação política ficará já definida.

O actual governador do Banco de Itália sucederá Jean-Claude Trichet no comando da política monetária da zona euro, depois de uma carreira que passou pela norte-americana Goldman Sachs e pelo Conselho de Estabilidade Financeira.

Paris ameaçava ontem à entrada o encontro adiar a decisão para a cimeira de Outubro, caso não houvesse "um sinal político" de Roma para reduzir a sua representação no BCE em benefício dos franceses. Com a entrada de Draghi, a Itália fica com dois membros na comissão executiva que comanda o BCE e a França com nenhum. Mas Paris, tudo indica, aceita que esse sinal seja dado mais tarde até Novembro.

Os estatutos do Banco dão um mandato de independência aos seus membros, o que impede um governo de demitir um nacional da comissão Executiva. Ou o italiano nesta comissão, Lorenzo Bini-Smaghi, apresenta a sua demissão ou nada o pode forçar a sair. O imbróglio radica na incapacidade do governo de Sílvio Berlusconi de encontrar uma saída airosa para Bini-Smaghi, que segundo fontes citadas em Frankfurt, aceita apenas o actual posto de Draghi. Mas o actual ministro de finanças, Giulio Tremonti, quer que seja Vittorio Grilli, o actual director do tesouro italiano, a ocupar o posto que vaga no Banco de Itália, enquanto Draghi tem preparado o caminho para que seja Fabrizio Saccomanni, o seu actual adjunto, a assumir o comando.

Há uma regra não escrita sobre a composição da Comissão Executiva do BCE, que deve ter quatro membros de grandes países e dois de pequenos, sendo um deles Vítor Constâncio, o vice-presidente. Oficialmente, Paris mantém o apoio sem ambiguidades a Draghi. O presidente francês Nicolas Sarkozy disse há dias que "a Itália deu a sua palavra. Não tenho razão para duvidar da sua [Berlusconi] palavra".

Diário Económico

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